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A dança das emoções


Assistindo ao novo filme da Pixar “Divertidamente” (“Inside out”), lembrei-me de um antigo dizer que coloca que o contrário de amor não é o ódio, e sim a indiferença. A indiferença pode ser muito mais destrutiva que este último, e acredito que assim seja com nossas emoções. Ignorar aquilo que sentimos, não entrando em contato com as emoções por mais dolorosas que sejam, destrói nossa habilidade de nos conhecermos, de aprendermos algo valioso sobre nós mesmos e de crescermos e florescermos como pessoas plenas e felizes. As emoções são verdadeiras bússolas, guiando nosso entendimento do mundo e nossas atitudes. Ou seja, existe espaço dentro de nós para todas as emoções. Nada é proibido ou vergonhoso de ser sentido. Inclusive, a crença de que devemos ser felizes a todo momento é um dos motivos que nos leva a sermos mais infelizes! Até porque, se não sentíssemos emoções “negativas” (como tristeza), como saberíamos o que é alegria e contentamento?

Entendo que algumas pessoas (vejo isso em vários pacientes) têm uma grande dificuldade em sentir e interpretar suas emoções, reagindo automaticamente a elas e adotando muitas vezes um padrão destrutivo de comportamento, como se engajar com frequência em comer emocional e compulsão alimentar. Cabe ao nutricionista que quer trabalhar essas questões perceber e apontar aos pacientes a maneira como seus sentimentos estão interferindo em sua relação com a comida; e cabe ao psicólogo, valioso parceiro nesse processo, trabalhar essas emoções com os pacientes e ajudá-los a criar um espaço dentro de si mesmos para que essas emoções possam circular e reverberar; e, talvez, quem sabe, dançar.

Para saber mais:


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