Voltando para casa
Imagem: Buddha Doodles
Nas duas últimas semanas estive na Califórnia visitando minha irmã e participando como assistente de um retiro de mindful eating (comer com atenção plena). O grupo foi conduzido pela criadora do programa MB-EAT (Mindfulness Based Eating Awareness Training), Jean Kristeller, alguém que eu conhecia só de nome graças a seus vários artigos científicos publicados. Neste post, gostaria de dividir com vocês algumas reflexões e aprendizados destas semanas tão ricas.
- Saúde envolve muito mais do que apenas o corpo físico.
Envolve aspectos emocionais – de que maneira convivemos com nossas emoções e que recursos temos para cultivar emoções “positivas”, como a gratidão –, aspectos espirituais – como encaramos a grandiosidade da existência, nossos valores e propósitos de vida – e tantos outros aspectos individuais que vamos conhecendo ao longo de nossa caminhada. Os profissionais de saúde precisam ter isso em mente ao lidarem com a vida de uma pessoa. Trabalhar com saúde é algo maravilhoso, mas envolve grandes responsabilidades.
- Aprenda a escutar o seu corpo.
Ele é tão fantástico que, se você parar por alguns momentos e de fato senti-lo, perceberá quais são suas reais necessidades, momento a momento. Tente não racionalizar muito esse processo, use os sentidos para se reconectar com ele. Na medida do possível, tente respeitar a voz de seu corpo. Ele está com fome? Alimente-o. Perceba suas sensações antes e depois de comer. Atente-se para o efeito da comida em seu organismo. Sente-se leve, revigorado, estufado, desconfortável...? O corpo está cansado? Descanse, permita-se uma pausa.
Importante ressaltar que, para escutarmos adequadamente o corpo, é necessário confiar em sua sabedoria interna, acreditar que ele contém em si mesmo muitas das respostas que racionalmente buscamos. Precisamos estar seguros que o corpo sabe – e quer – o que é melhor para nós, ele está sempre em busca do equilíbrio. Acredito que sintonizar-se mais profundamente com nosso corpo é como voltar para casa. A satisfação e a liberdade que se alcançam nessa jornada são inigualáveis.
Falando em voltar para casa... Viajar é muito bom, mas poder estar de volta é reconfortante :)