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Sejamos curiosos


Lendo o novo livro do americano Robert Wright – um dos grandes nomes da psicologia evolucionista –, “Why Buddhism is true” (“Por que o Budismo é verdadeiro”, sem tradução para o português), me chamou atenção a passagem em que ele diz que todo tipo de curiosidade envolve o despertar de emoções. Estudos de neuroimagem têm mostrado que um estado de mente curioso ativa nosso sistema de dopamina, isto é, o sistema envolvido em motivação, recompensa, desejo e prazer.

Esse trecho me fez refletir pois me espanta como a maioria das pessoas ainda tem pouca curiosidade a respeito da relação que estabelecem com a comida. Não buscam entender por que e como estão comendo, quais são os fatores que influenciam sua escolha alimentar. Buscam, ao invés, uma resposta pronta, um conjunto de regras e orientações autoimpostas sobre o que devem comer, em nome de uma saúde puramente biológica e um padrão estético mais desejado. Estamos sedados pelas redes sociais, que mostram profissionais de saúde com ética duvidosa e ânsia por autopromoção, propagando um “estilo de vida” pouco condizente com a vida real da maior parte das pessoas.

As pessoas não fomentam sua curiosidade alimentar pois as emoções geradas são culpa e julgamento, ao invés de contentamento e recompensa pelo aprendizado que o estado curioso promove. Estamos cobrando demais de nós mesmos e do nosso relacionamento com a comida.

Meu convite: que tal construir uma relação mais neutra e mais pacífica com a comida, para dessa forma conseguir despertar a curiosidade a respeito de si mesmo?


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