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Por uma Nutrição Compassiva


Imagem retirada do site http://compassioninspiredhealth.com

Recentemente, recebi de uma amiga a notícia do lançamento de um livro cujo título me deu arrepios. “Fast food genocide: how processed food is killing us and what we can do about it” (tradução livre: “O genocídio do fast food: como a comida processada está nos matando e o que podemos fazer a respeito”). No dia seguinte, vi no perfil de uma nutricionista no Instagram a seguinte frase (em letras maiúsculas): “AÇÚCAR NÃO É AMOR”.

Pensando no uso do termo “genocídio”, estamos comparando o consumo de fast food com o Holocausto. Estamos negando o valor afetivo de algumas comidas. Tenho a sensação de que algo está muito errado.

Não é à toa que as pessoas estão cada vez mais perdidas e inseguras com sua alimentação. Estamos vivendo um momento de medicalização da comida e do ato de comer, com indivíduos se alimentando de forma dogmática e inflexível e, quando isso não ocorre, eles passam a carregar o fardo da culpa e do medo.

Para o ano vindouro, eu desejo:

Que possamos resgatar o valor real da comida, que nutre corpo, alma e memória.

Que possamos nos reconectar com os sinais do nosso corpo, a fim de entendermos quando, quanto e o que comer.

Que possamos usar as informações nutricionais fornecidas pela ciência com parcimônia e bom senso, reconhecendo que elas não precisam ser o fator determinante em toda escolha alimentar.

Que possamos nos perdoar sempre que cometermos erros ou equívocos, ou quando comermos de forma que não consideramos adequada.

Que possamos assumir que nem todos os momentos de comer emocional são danosos.

Ainda assim, que possamos nos tratar com gentileza e bondade diante dos momentos de sofrimento, a fim de darmos a nós mesmos aquilo que de verdade precisamos.

Esses são meus votos e meus compromissos para 2018: uma Nutrição mais Compassiva.

Boas festas!


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